Protestos em Israel exigem Cessar-Fogo após execuções de reféns pelo Hamas

Centenas de milhares se manifestam em Tel Aviv e em todo o país, pedindo a libertação dos reféns e criticando o governo

Por Da Redação com Gazeta Brasil 02/09/2024 - 09:55 hs
Foto: Itai Ron/Flash90


Na noite deste domingo (1°), centenas de milhares de israelenses se reuniram em Tel Aviv e em outras cidades do país no maior protesto desde o início de outubro. A manifestação expressou luto e indignação após a descoberta dos corpos de seis reféns executados pelo grupo terrorista Hamas.

 

 

Os organizadores estimaram que cerca de 300.000 pessoas participaram da marcha em Tel Aviv, enquanto outras 200.000 se manifestaram em diferentes localidades. A empresa Crowd Solutions calculou que aproximadamente 280.000 pessoas estiveram presentes na capital, fazendo deste o maior comício dos últimos 18 meses. A polícia ainda não divulgou números oficiais.

 

O protesto em Tel Aviv começou com uma marcha da Rua Dizengoff até o Portão Begin, sede das Forças de Defesa de Israel (IDF). Os manifestantes carregavam seis “caixões simbólicos” em homenagem aos reféns recentemente encontrados mortos. Os corpos de Hersh Goldberg-Polin, 23 anos, Eden Yerushalmi, 24 anos, Ori Danino, 25 anos, Alex Lobanov, 32 anos, Carmel Gat, 40 anos, e Almog Sarusi, 27 anos, foram descobertos em um túnel na cidade de Rafah, no sul de Gaza. Uma autópsia revelou que todos foram baleados várias vezes à queima-roupa.

 

A notícia das execuções, após quase 11 meses de cativeiro, gerou uma onda de luto e raiva em Israel, com grande parte da indignação direcionada ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusado de atrasar um acordo para a libertação dos reféns por motivos políticos.

 

Os manifestantes pediam um cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns restantes, gritando “Agora! Agora!” e “Queremos eles de volta vivos.” Muitos portavam bandeiras israelenses, fitas amarelas em homenagem aos reféns e cartazes pedindo desculpas aos seis reféns mortos.

 

 

Shlomit Hacohen, uma residente de Tel Aviv, criticou o governo, dizendo: “Achamos que o governo está tomando essas decisões para sua própria conservação e não para salvar a vida dos reféns, e precisamos dizer a eles: ‘Parem!’”

 

A pressão sobre Netanyahu aumentou com a declaração de uma greve geral para segunda-feira pelo chefe da Federação Histadrut, Arnon Bar-David. A greve foi convocada em resposta à falha do governo em garantir a libertação dos reféns.

 

Durante o protesto, também discursaram parentes dos reféns, incluindo Lior Rudaeff, cujo filho Nadav foi morto em 7 de outubro. Rudaeff acusou o governo de sabotar acordos e de não proteger os reféns adequadamente. Einav Zangauker, mãe de Matan Zangauker, um refém ainda em cativeiro, afirmou que a situação de seu filho é uma “roleta russa” e criticou Netanyahu por supostamente negligenciar a segurança dos reféns.

 

Os protestos resultaram em bloqueios na Rodovia Ayalon e em outras áreas, com manifestantes acendendo fogos de artifício e colocando obstáculos nas estradas. A polícia declarou o protesto ilegal e usou medidas de controle para dispersar os manifestantes, resultando na prisão de cerca de 30 pessoas em Tel Aviv e outras em diferentes cidades.

 

O chefe da Histadrut prometeu que “o país inteiro vai parar amanhã” e acusou o governo de abandonar o país. Políticos da oposição, incluindo Yair Lapid e Benny Gantz, também participaram dos protestos, criticando Netanyahu e chamando os cidadãos a se juntarem ao movimento com bandeiras israelenses.